O que fazer em Veneza? A capital do Vêneto é uma das joias italianas, famosa por seus tesouros renascentistas, museus, galerias de arte e lojas renomadas. Mas, acima de tudo, é a própria cidade – com suas ilhas, canais e becos – que encanta e transforma qualquer visita em uma viagem inesquecível.
Para quem planeja explorar Veneza, há muito mais a se fazer além de se perder nas suas charmosas vielas e canais. Entre o centro histórico e as ilhas vizinhas, como Giudecca, Murano e Burano, a cidade oferece monumentos históricos e uma atmosfera única.
Neste artigo, descubra o que fazer em Veneza, bem como dicas para aproveitar o destino ao máximo.
- QUANTOS DIAS FICAR EM VENEZA
- ONDE SE HOSPEDAR EM VENEZA
- O QUE FAZER EM VENEZA: MELHORES ATRAÇÕES
- Piazza San Marco
- Basilica di San Marco
- Palazzo Ducale
- Basílica de Santa Maria della Salute
- Palazzo Ca´Rezzonico
- Peggy Guggenheim Collection
- Gallerie dell’Accademia
- Ponte di Rialto
- Santa Maria Gloriosa dei Frari
- Scuola Grande di San Rocco
- Palazzo Ca’ Pesaro
- Fontego dei Turchi
- Palazzo Ca’ d’Oro
- Ghetto Judeu de Veneza
- Basilica dei Santi Giovanni e Paolo
- Livraria Acqua Alta
- Murano
- Burano e Torcello
- O QUE E ONDE COMER EM VENEZA
QUANTOS DIAS FICAR EM VENEZA
Considere ficar em Veneza de 2 a 5 dias. Com pouco tempo, seu roteiro se resumirá a explorar as ruelas do centro histórico e visitar seus monumentos mais famosos.
Já com mais dias, você poderá se dedicar com calma às diferentes atrações de Veneza, conhecendo também as ilhas para além do centro.
ONDE SE HOSPEDAR EM VENEZA
Por ser um destino extremamente turístico, Veneza oferece uma ampla variedade de acomodações. A má notícia, porém, é que essas opções costumam ser caras e muito concorridas.
A ilha principal, conhecida como Centro Storico, é a melhor área para se hospedar, pois permite acesso fácil à maioria das atrações sem a necessidade de utilizar o transporte aquático (a menos que você prefira encurtar as caminhadas). Além disso, é possível se hospedar em outras ilhas – como Murano e Burano – ou na parte continental do município, chamada Mestre.
Antes de escolher o Centro Storico, é bom saber que ele é dividido em seis distritos: San Marco, Dorsoduro, San Polo, Santa Croce, Cannaregio e Castello.
Os distritos de San Marco, San Polo e Dorsoduro são os mais centrais, ideais para quem quer estar no coração de Veneza. No entanto, as tarifas por ali costumam ser mais altas. Por outro lado, hospedar-se em Castello, Santa Croce ou Cannaregio pode ser uma opção mais econômica, com a vantagem de ainda estar na ilha, mas exige caminhadas diárias mais longas.
Para quem busca economizar ainda mais, a dica é procurar acomodações em Mestre, que se conecta ao Centro Storico por uma curta viagem de trem. Vale lembrar, porém, que essa escolha também implicará em caminhadas mais longas, além do custo extra com transporte.
No nosso guia de onde ficar em Veneza, você encontra mais detalhes e dicas sobre cada uma dessas regiões. Já no nosso artigo sobre o transporte público em Veneza, você entenderá melhor sobre o seu funcionamento e valores.
Abaixo, deixamos algumas sugestões de hotéis bem localizados, de diferentes categorias, na região central de Veneza:
Econômico
Bom custo-benefício
Conforto
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O QUE FAZER EM VENEZA: MELHORES ATRAÇÕES
Não se deixe enganar pelo tamanho de Veneza. Apesar de pequena, a cidade garante uma completa lista de atrações, com museus, igrejas, edifícios históricos, pontes monumentais, vistas magníficas, bons restaurantes e um interessante comércio local.
Abaixo, veja o que fazer em Veneza com suas atrações separadas por distritos:
Piazza San Marco
A Piazza San Marco é a única praça oficial de Veneza — as demais áreas abertas menores são chamadas de campo ou piazzale. Além de ser o maior espaço urbano em uma cidade dominada por vielas, becos e canais, é considerada o “mais belo salão da Europa” devido à sua amplitude e ao impressionante conjunto arquitetônico.
Sua construção teve início no século IX, e o traçado que conhecemos hoje foi definido em 1177, sendo preservado ao longo dos séculos. A praça é o coração de Veneza, abrigando alguns dos edifícios mais emblemáticos da cidade, como a Basílica de São Marcos e o Palácio Ducal.
Outro destaque é o Campanário de São Marcos, uma torre com 98,6 metros de altura, que oferece uma vista panorâmica incrível da cidade (custa €10 para subir). A praça, sempre movimentada, também é o endereço de outras joias arquitetônicas, como a Torre dell’Orologio, a Biblioteca Marciana, o Museo Correr e a Loggetta del Campanile.
Na entrada da praça, de frente para o Grande Canal, estão as icônicas Colunas de São Marcos e São Teodoro, datadas de 1772.
Ao redor da praça, sob os pórticos dos edifícios, estão estabelecimentos históricos e culturais. Entre eles, o famoso Caffè Florian, a mais antiga cafeteria italiana ainda em funcionamento (de 1720), e o Negozio Olivetti, um showroom da icônica marca de máquinas de escrever.
Importante: É proibido comer, beber e alimentar os pombos na Piazza San Marco. Além disso, saiba que os restaurantes dessa área possuem valores bastante elevados, mesmo para os padrões de Veneza. |
Basilica di San Marco
A Basílica de São Marcos é o templo religioso mais importante de Veneza. Junto com o Campanário, forma o principal conjunto arquitetônico da cidade e foi, durante séculos, o centro político e religioso da antiga República de Veneza.
Construída para abrigar os restos mortais de São Marcos Evangelista, trazidos de Alexandria, a basílica originalmente era uma extensão do Palazzo Ducale e era propriedade do Doge de Veneza.
Sua construção começou em 828, mas a basílica passou por pelo menos três grandes reconstruções e inúmeras modificações ao longo dos anos. Após a queda de Constantinopla, capital do Império Bizantino, ela foi enriquecida com ornamentos bizantinos saqueados da cidade. A maior parte da estrutura atual data do século XI.
Ao entrar, é impossível não se impressionar com o brilho dourado. Cerca de 4 mil m² de mosaicos decoram o interior, retratando cenas do Velho e do Novo Testamento. No altar principal, sustentado por colunas de mármore, está o corpo de São Marcos.
Além da nave principal, o complexo abriga outras atrações imperdíveis: o Museo di San Marco, que permite admirar de perto os detalhes do teto e dos mosaicos; e a Pala d’Oro e o Tesoro, onde estão o tesouro bizantino e um retábulo de ouro criado por ourives do século XII.
Ingressos: A entrada na Basílica custa €3. O acesso ao Museo (€7) e à Pala d’Oro e o Tesoro (€5) exige bilhetes adicionais. Dica: As filas para a Basílica e o Campanário são geralmente longas. Considere comprar os seus ingressos online para fugir delas – custam um pouco mais nessa modalidade, mas economizam tempo. Regras: É obrigatório cobrir braços e pernas. Há uma checagem de segurança na entrada e mochilas grandes não são permitidas (há um guarda-volumes gratuito na Calle San Basso, na lateral esquerda da basílica). |
Palazzo Ducale
O Palazzo Ducale, posicionado ao lado da Basílica de São Marcos, é uma verdadeira obra-prima do gótico veneziano e um dos edifícios mais emblemáticos de Veneza.
Originalmente construído como um castelo fortificado no século IX, o palácio foi a sede do poder político da antiga República de Veneza e residência oficial do Doge, como era chamado o chefe de estado. Ao longo dos séculos, foi reconstruído e adaptado, servindo também como fortaleza e prisão.
Sua fachada impressiona pela mistura de elementos bizantinos, góticos e renascentistas, enquanto o interior é adornado com obras de mestres venezianos como Tiziano, Tintoretto e Bellini. Hoje, o ele faz parte dos Musei Civici di Venezia.
Você precisará de algumas horas para visitar esse enorme palazzo, mas garanto que não se arrependerá: o interior é ainda mais bonito do que sua fachada. Não deixe de ver a Porta della Carta, a Scala d’Oro, a Sala delle Quattro Porte, Sala Consiglio dei Dieci e a Sala del Maggior Consiglio, repletas de obras incríveis dos artistas já mencionados.
Além disso, o passeio inclui uma visita às antigas prisões, com seus calabouços e poços úmidos, e a travessia da Ponte dei Sospiri. Essa ponte barroca, que conecta o Palazzo Ducale às prisões, recebeu seu nome pelos “suspiros” dos condenados, que ao atravessá-la, viam a laguna veneziana pela última vez.
Ingresso: A entrada para o Palazzo Ducale custa €30, ou €25 se comprados com até 30 dias de antecedência no site oficial do museu. |
Basílica de Santa Maria della Salute
A Basílica de Santa Maria della Salute é uma das mais emblemáticas de Veneza. Localizada onde o Canal Grande encontra o Canal della Giudecca, sua imponente cúpula é visível de diversos pontos da cidade.
Construída para celebrar o fim da peste de 1630, que dizimou boa parte da população veneziana, a obra levou 56 anos para ser concluída, sendo finalizada em 1687. O projeto, em estilo barroco veneziano, foi assinado pelo renomado arquiteto Baldassare Longhena.
A nave principal da basílica tem um formato octogonal, e o interior, embora discreto, abriga obras-primas de Tiziano e Tintoretto, como As Bodas de Caná (1561).
Todo ano, no dia 21 de novembro, acontece a Festa della Madonna della Salute, um dos eventos populares mais marcantes de Veneza. Nesse dia, fiéis cruzam de San Marco até a Punta della Dogana por meio de uma ponte temporária.
A entrada na basílica é gratuita, mas a visita à sacristia, que também merece destaque, custa €6.
Dica: saindo da Piazza San Marco, caminhe pela margem em direção aos Jardins Reais e siga até o final, onde fica o terminal ‘Gondola Dogana Vallaresso’. Além dos tradicionais (e caros) passeios de gôndola, dali você pode pegar o traghetto, uma gôndola mais simples usada pelos locais para atravessar o Grande Canal. Por apenas €2, você chega à Santa Maria della Salute de maneira autêntica e econômica. |
Palazzo Ca´Rezzonico
Localizado às margens do Canal Grande e a apenas 700 metros da igreja Santa Maria della Salute, o Palazzo Ca’ Rezzonico é uma joia da arquitetura barroca veneziana. Construído em meados do século XVII, foi projetado por Baldassare Longhena e mais tarde restaurado por Giorgio Massari, preservando sua imponência e elegância.
Hoje, o edifício abriga o Museo del Settecento Veneziano, um museu público dedicado às obras do século 18, com pinturas de Canaletto, Pietro Longhi e Giandomenico Tiepolo, além de móveis antigos e uma coleção requintada de vidros de Burano.
O interior do edifício impressiona com suas belíssimas salas, ainda mais majestosas que as do Palazzo Ducale. E, devido à harmonia entre a arquitetura do edifício e as obras de arte que estão ali expostas, ele é frequentemente considerado o museu mais fascinante de Veneza.
A entrada custa €10, e a visita vale muito a pena.
Peggy Guggenheim Collection
A Peggy Guggenheim Collection é um dos museus mais visitados de Veneza, ficando atrás apenas do Palazzo Ducale. Localizado no Palazzo Venier dei Leoni, um edifício inacabado do século XVIII, o museu se encontra em um cenário lindíssimo às margens do Grande Canal.
O acervo do museu provém da coleção pessoal de Peggy Guggenheim, uma das maiores mecenas da arte moderna. Suas obras destacam artistas europeus e norte-americanos da primeira metade do século XX.
Além da coleção permanente, que inclui trabalhos de artistas como Jackson Pollock, René Magritte, Pablo Picasso e Mark Rothko, o museu ainda recebe com frequência algumas exposições temporárias.
Para os amantes de arte moderna, visitar a Peggy Guggenheim Collection é uma experiência imperdível.
O ingresso custa €16, e é recomendável adquiri-lo com antecedência pelo site oficial.
Gallerie dell’Accademia
A Gallerie dell’Accademia é um dos museus mais prestigiados da Itália, localizado aos pés da Ponte dell’Accademia. Inaugurado em 1817, o museu ocupa um amplo complexo que inclui a Igreja de Santa Maria della Carità, a Scuola Grande e o Convento dos Cônegos Lateranenses.
Reconhecida como uma das pinacotecas mais importantes do mundo, a Accademia abriga um acervo extraordinário, com mais de 800 obras que celebram o melhor da pintura veneziana e veneta dos séculos XIV ao XVIII. Entre os destaques estão trabalhos de mestres como Tintoretto, Veronese, Bellini, Tiziano e Canaletto.
É um destino imperdível para os apaixonados por arte e para quem deseja mergulhar na riqueza artística de Veneza. Se pretende visitá-lo durante feriados ou finais de semana, vale a pena garantir seu ingresso antecipadamente online. A entrada custa €15.
Ponte di Rialto
A Ponte di Rialto é um dos mais icônicos cartões-postais de Veneza e a mais antiga das quatro pontes que atravessam o Canal Grande. Famosa por sua rica história e arquitetura impressionante, é um verdadeiro símbolo da cidade.
Projetada pelo arquiteto Antonio da Ponte, a ponte foi construída em pedra entre 1588 e 1591, substituindo uma antiga estrutura de madeira. É um exemplo pioneiro de ponte em arco único, com duas rampas inclinadas e um pórtico central, onde se encontram várias joalherias.
Sempre tomada por turistas em busca da foto perfeita, a Ponte di Rialto é encantadora tanto durante o dia quanto à noite, com vistas lindas do Canal Grande.
Pertinho dali, vale a pena visitar o Mercado di Rialto, um tradicional mercado que há séculos abastece a cidade com frutas, verduras, peixes e outros produtos frescos. O mercado funciona diariamente, das 9h às 12h.
Santa Maria Gloriosa dei Frari
A Basilica Santa Maria Gloriosa dei Frari, ou simplesmente I Frari, é a maior igreja de Veneza e um marco no Campo dei Frari.
Construída entre os séculos XIV e XV em estilo gótico italiano, a basílica possui um campanário de 83 metros, o segundo mais alto de Veneza, ficando atrás apenas do campanário de San Marco.
Apesar do exterior simples e pouco ornamentado, o seu interior é majestoso e impactante, com diversas obras de arte de pintores e escultores venezianos. Atenção especial à pintura L’Assunta (1518), de Tiziano, os retábulos de Vivarini e Bellini, e os mausoléus de figuras ilustres, como Casanova e o próprio Tiziano.
O ingresso custa €5.
Scuola Grande di San Rocco
A Scuola Grande di San Rocco é um edifício situado no Campo San Rocco que sediava uma scuola, instituição associativa típica de Veneza.
Essas scuole eram irmandades laicas dedicadas a obras de caridade e devoção, tendo sempre um santo protetor como padroeiro, e eram compostas por membros da burguesia veneziana.
Fundada no século XV, a Scuola Grande di San Rocco homenageia São Roque, conhecido por sua dedicação aos doentes e à caridade. Graças às generosas doações, tornou-se a scuola mais rica e a única a sobreviver à queda da República de Veneza.
Com tantos recursos, a instituição conseguiu contratar os pintores mais requisitados da época, como Tintoretto, que dedicou 24 anos de sua vida a decorar suas paredes e tetos com 54 pinturas de cenas do Velho e do Novo Testamento, produzindo uma obra descomunal e de grande expressividade, comparada à Capela Sistina de Roma.
As pinturas estão distribuídas pelos três amplos salões dos dois andares do edifício, que também abrigam obras formidáveis de Tiziano e Tiepolo.
Para os amantes da arte renascentista italiana, em especial os pintores da Escola Veneziana, a visita é obrigatória.
A entrada, vendida apenas na bilheteria, custa €10. O bilhete também dá acesso à igreja de San Rocco, que está ao lado da Scuola Grande.
Palazzo Ca’ Pesaro
Às margens do Canal Grande, o Palazzo Ca’ Pesaro é uma magnífica construção em estilo barroco veneziano, erguida na segunda metade do século XVII. Seu projeto é obra de Baldassare Longhena, renomado arquiteto responsável também pelo Ca’ Rezzonico e pela Igreja de Santa Maria della Salute.
Atualmente, o palácio abriga a Galeria Internacional de Arte Moderna e o Museu de Arte Oriental de Veneza.
A Galeria apresenta uma rica coleção de obras dos séculos XIX e XX, com pinturas e esculturas de artistas como Klimt, Chagall, Kandinsky, Klee e Moore, além de importantes nomes italianos como Boccioni, Sironi, Morandi e De Chirico.
No terceiro andar do edifício, o Museu de Arte Oriental exibe uma fascinante coleção de objetos japoneses e chineses, destacando a riqueza cultural dessas civilizações.
O palácio também conta com um arquivo fotográfico e uma biblioteca especializada em história da arte, tornando-se um centro cultural completo.
A entrada custa €14.
Fontego dei Turchi
O Fontego dei Turchi é um edifício histórico e magnífico exemplo da arquitetura bizantino-gótica de Veneza.
Construído no século XIII por Giacomo Palmieri, a mando da família Pesaro, o edifício foi mais tarde adquirido pela República de Veneza. Seu nome remonta ao século XVII, quando serviu como residência, armazém e mercado para comerciantes turco-otomanos que traziam para a cidade mercadorias como cera, óleo cru e lã.
Em meados do século XIX, o Fontego encontrava-se bastante deteriorado. Por sorte, entre 1860 e 1880, passou por uma restauração completa, que incluíram alguns acréscimos em sua fachada.
Hoje, o edifício abriga o Museu de História Natural de Veneza, com uma vasta coleção de fósseis, destacando a fauna e flora locais.
A entrada custa €10.
Palazzo Ca’ d’Oro
O Palazzo Ca’ d’Oro é um dos edifícios mais fascinantes do Canal Grande, destacando-se por sua fachada precisamente decorada com ornamentos góticos-renascentistas do século XV. Também conhecido como Palazzo Santa Sofia ou Casa Dourada (em referência aos seus acabamentos originais em ouro), o edifício passou por diversas modificações ao longo do tempo.
Hoje, o edifício abriga a Galeria Giorgio Franchetti, um museu que exibe a coleção do Barão Franchetti, cedida ao estado italiano em 1916. Entre os destaques do acervo estão pinturas de Andrea Mantegna, Tiziano, Francesco Guardi e Domenico Tiepolo, esculturas de Tullio Lombardo e afrescos de Giorgione e Tiziano.
Embora a fachada do Ca’ d’Oro seja mais popular do que o museu em si, a visita é um passeio agradável para quem tem tempo livre na cidade e já conheceu os principais monumentos históricos de Veneza.
O ingresso custa €8.
Ghetto Judeu de Veneza
O Ghetto Judeu de Veneza, ou simplesmente Il Ghetto, está localizado próximo à estação ferroviária Santa Lucia. Criado em 1516 pela República de Veneza, foi a primeira área do mundo destinada exclusivamente à “residência” (segregação) da comunidade judaica.
Naquela época, o acesso ao Ghetto era rigidamente controlado. Durante o dia, os portões permaneciam abertos, mas os judeus eram obrigados a retornar ao bairro ao pôr do sol. Além disso, precisavam usar trajes específicos para identificação: chapéus amarelos e vermelhos para os homens e xales vermelhos para as mulheres.
Com o aumento populacional e a falta de espaço para expandir horizontalmente, os edifícios do Ghetto cresceram em altura, resultando nas construções mais altas de Veneza, com até oito andares. Isso levou à criação de diferentes áreas dentro do Ghetto, conhecidas como Ghetto Nuovo, Ghetto Vecchio e Ghetto Nuovissimo.
Uma curiosidade é que o termo “ghetto” tem origem na palavra veneziana getto, que significa fundição, uma referência às fundições que existiam na área antes de ser ocupada pelos judeus. Posteriormente, o termo foi adotado por várias línguas ocidentais para designar bairros habitados por minorias religiosas, étnicas ou raciais.
Hoje, estima-se que a comunidade judaica de Veneza tenha cerca de 450 membros, embora poucos ainda vivam no Ghetto. A área, mais modesta e tranquila em comparação ao restante da cidade, preserva sua própria identidade cultural, com estabelecimentos de comida kosher e tradições únicas.
No bairro, ainda existem algumas sinagogas abertas à visitação, mas elas se camuflam entre os edifícios comuns, já que foram construídas dentro de estruturas pré-existentes e possuem fachadas discretas.
Para quem quer conhecer um pouco mais da história da comunidade judaica em Veneza, vale a pena a visita ao Museo Ebraico (€12).
Basilica dei Santi Giovanni e Paolo
A Basilica dei Santi Giovanni e Paolo é um dos edifícios medievais mais imponentes de Veneza, sendo a principal igreja da Ordem Dominicana, concebida para pregações perante grandes congregações.
Construída ao longo de um século em estilo gótico italiano, a basílica foi finalizada em 1430, quando foi consagrada. Sua estrutura de tijolos abriga um interior repleto de história e arte.
Em seu interior estão as tumbas de 27 Doges de Veneza, além de importantes pinturas dos mais renomados artistas italianos. Destaque para as pinturas de Bellini, Veronese, Lorenzo Lotto e Giovanni Batista Piazzeta, além de esculturas e túmulos de Bartolomeo Bon, Pietro e Tullio Lombardo.
Ao visitar a basílica, não deixe de apreciar o edifício vizinho, da Scuola Grande di San Marco, e sua belíssima fachada renascentista, obra de Pietro Lombardo e Giovanni Buora que hoje é sede do hospital civil de Veneza.
Para entrar na basílica, há um bilhete de €3,50.
Livraria Acqua Alta
A Acqua Alta é uma das livrarias mais inusitadas do mundo, e não é difícil entender por quê.
Idealizada por Luigi Frizzo, a livraria está localizada próxima à Basilica Santi Giovanni e Paolo, no térreo de um edifício com os fundos voltados para o canal Rio della Tetta. Sua proximidade com a água, praticamente no mesmo nível do pavimento, cria um cenário único e também algumas peculiaridades.
Durante o fenômeno da acqua alta, quando a maré sobe e invade o espaço, os funcionários precisam recorrer às galochas e mover todos os livros para prateleiras mais altas.
Outro deleite para os visitantes é poder observar as gôndolas navegando tranquilamente no canal ao lado, enquanto consultam os milhares de volumes presentes ali, dispostos por todos os cantos, inclusive dentro de uma gôndola em tamanho real, posta dentro da livraria.
O acervo inclui livros novos e usados, muitos sobre a cidade de Veneza, além de clássicos traduzidos para o dialeto vêneto, bem como algumas raridades. Você pode visitar a livraria diariamente, das 9h às 20h.
Murano
Com cerca de 5 mil habitantes, Murano é a segunda maior ilha da Comune di Venezia e é mundialmente famosa por sua tradição na produção de vidros e cristais.
Ainda hoje, Murano abriga as tradicionais Fábricas de Cristal e o Museo del Vetro, que possui um acervo impressionante com mais de 4 mil peças, incluindo cálices fenícios, caleidoscópios e espelhos.
Com um visual parecido ao da ilha principal, mas bem menos pomposo, a graça de Murano está em passear pelos canais, admirar as vitrines e lojas repletas de peças em cristal e assistir à demonstração ao vivo de um mestre vidraceiro em uma de suas fábricas fábricas. Essa experiência geralmente custa entre €5 e €10, e algumas fábricas oferecem o valor como crédito para compras.
Outro destaque da ilha é a Basilica di Santa Maria e San Donato, famosa por seus mosaicos bizantinos do século XII.
No nosso guia de Murano e Burano, você confere todos os detalhes para visitar a ilha de maneira independente utilizando o transporte público, ou, caso queira, através de um tour guiado.
Burano e Torcello
Burano e Torcello são duas encantadoras ilhas situadas no extremo norte da lagoa veneziana, a aproximadamente uma hora de viagem de barco.
Apesar de serem locais encantadores e com características muito particulares, recomendo para quem tem tempo de sobra na viagem ou para aqueles que estão na segunda visita a Veneza e já conhecem suas principais atrações.
Burano, com seus 4 mil habitantes, é famosa por suas casinhas coloridas, que, segundo a lenda, eram pintadas para que os marinheiros as reconhecessem em dias de neblina. A ilha também se destaca pela tradição na produção artesanal de rendas.
Já Torcello, a apenas 1,5 km de Burano, foi um dos primeiros assentamentos da região e, no auge da República de Veneza, chegou a ter cerca de 20 mil habitantes. A ilha serviu de refúgio para populações do continente que fugiam das invasões bárbaras.
Hoje, Torcello é pacata e rural, embora conserve um importante patrimônio arquitetônico e artístico como o trono de Átila, no centro do povoado, e a Basilica Santa Maria dell’Assunta, que, com seus mosaicos bizantinos dos séculos 12 e 13, é o mais antigo edifício religioso da região, fundado em 639. Para uma vista panorâmica da laguna, suba no campanário ao lado da basílica.
No nosso guia de Murano e Burano, você encontra mais detalhes sobre o transporte e tours disponíveis.
O QUE E ONDE COMER EM VENEZA
Veneza é famosa não só por seus restaurantes renomados, mas também por ser um destino caro para comer. Apesar disso, ainda é possível encontrar boas opções mais acessíveis escondidas entre as charmosas vielas da cidade.
A culinária veneziana vai além das tradicionais massas e pizzas. Peixes e frutos do mar são destaques nos cardápios, além de pratos típicos como risotos de sècole (carne bovina) ou Gò (peixe), e o fegato alla veneziana (fígado com cebolas).
Para um lanche rápido e econômico, experimente os cicchetti, pequenas bruschettas com ingredientes típicos da região, como o bacalà mantecato (bacalhau cremoso). Acompanhe com um spritz, o famoso coquetel veneziano feito com prosecco. Ambos são encontrados nos ‘bacari’ (plural de ‘bacaro’), como são chamadas as osterias venezianas.
Veja abaixo algumas recomendações de restaurantes:
- Trattoria Al Gazzettino: em San Marco, próxima à Ponte di Rialto, é um restaurante refinado e com variedade de pratos de peixe e carne;
- Trattoria Antica Sacrestia: em Castello, é um restaurante local e pouco turístico, com ótima relação custo-benefício;
- Osteria Al Cicheto: em Cannaregio, próximo à estação Santa Lucia, essa pequena osteria tem preços mais acessíveis e vários pratos típicos. É bom fazer reserva, pois o local é pequeno e bem disputado.
Dentre as pizzarias, sugiro conhecer a Pizza Al Volo e a Pizzeria L’Angelo. Inclusive, comer uma boa pizza pode ser uma forma de economizar na refeição. Geralmente, as individuais custam de €6 a €14 e as fatias de pizza custam de €1,50 a €3.